ESCUTA
"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila.
Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: 'Se eu fosse você'.
A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito.
A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta.
É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina.
Não aprendi isso nos livros. Aprendi ...prestando atenção."
-- Rubem Alves
O processo terapêutico muitas vezes passa por esse silêncio, o amor terapêutico, o respeito, a acolhida, a sensibilidade.
Não importando a abordagem, nem sua linha de intervenção, há um momento em que o terapeuta e seu cliente silenciam, sabem mais, compreendem mais, tem a luz da consciência, tem o momento da dor, tem a lágrima pressa no cílio.
Silenciamos em diversos momentos terapêuticos, nos casos de uma escuta de formação da anamnese, nos laudos-diagnósticos emitidos as mães, ao revelar-se o incurável, silencia-se no desespero pela cura ou no momento que se revela o inconsciente, no insight ou quando a boca por pudor cala-se, silenciamos para refletir-solitário.
No silêncio, nada ingênuo, dizemos mais que nas palavras de associações livres, dizemos mais que formulação de coaching, dizemos mais que regras comportamentais, mais que nos jogos lúdicos ou desfilar de associações semióticas.
Esse silêncio não é ócio criativo das abordagens de arteterapia, arteeducação ou nada parecido.
É o silêncio da confirmação da presença, seja qual for a próxima palavra.
Texto parte de Análises e Reflexões do Fazer psicologia nos dias de Hoje
Elaine Palma
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