17 de jun. de 2010

Síndrome do Pânico - parte I

SÍNDROME DO PÂNICO
parte I



“Senti o coração disparado; uma sensação de perda de controle como se eu fosse desmaiar, morrer ou ficar louco!”. Esse é o relato que, normalmente, se ouve de alguém que passou por um ataque de pânico.


De acordo com a descrição clínica do CID-10 (Código Internacional de Doenças: F41.0), nos transtornos de pânico, “os aspectos essenciais são ataques recorrentes de ansiedade grave, os quais não estão restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em particular e que são, portanto, imprevisíveis”.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, porém com início súbito de palpitações, dor no peito, sensações de choque, tontura, medo de morrer… Os ataques duram, usualmente, apenas alguns minutos o que resulta numa saída do indivíduo apressada de onde quer que esteja.

Se isso ocorre num ônibus ou multidão, o indivíduo pode, como conseqüência, evitar aquela situação. Um ataque de pânico é seguido com frequência por um medo persistente de ter outro ataque. Por causa dos sintomas, ele pode ser confundido com alguma doença do coração e, muitas vezes, a pessoa passa por uma série de exames sem encontrar absolutamente nada.

O transtorno do pânico é um problema sério, já que atinge de 2 a 4% da população; na maioria mulheres.

Segundo algumas teorias, o sistema de alerta do organismo (um conjunto de mecanismos físicos e mentais com que uma pessoa reage a uma ameaça) pode ser desencadeado na crise do pânico sem nenhum perigo iminente. O cérebro produz neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação entre os neurônios e essas comunicações determinam todas as nossas atividades físicas. No entanto, na crise do pânico, há um desequilíbrio na produção dos neurotransmissores, levando informações incorretas e deixando o organismo alerta para uma ameaça que, na verdade, não existe.

O primeiro acontecimento pode ser num elevador, dirigindo, num ambiente fechado, etc… Depois dessa primeira crise, surge um medo irracional (fobia) e, gradativamente, o nível de ansiedade e o medo de uma nova crise pode chegar a uma proporção tal que a pessoa passa a evitar a situação que originou tal crise, como evitar a dirigir, evitar elevadores, ou mesmo sair de casa.

Há ainda um perfil semelhante entre as pessoas que sofrem desse transtorno: são perfeccionistas, exigentes consigo mesmas, muito produtivas profissionalmente, assumindo uma carga excessiva de responsabilidade, possuem uma grande necessidade de estarem no controle das coisas e grande necessidade de aprovação, não aceitando com facilidade seus erros.

Portanto, temos aqui características físicas e mentais e esses mecanismos físicos e mentais poderiam ser os fatores desencadeantes. Dessa forma, o tratamento também necessita tanto da medicação como do acompanhamento psicoterapêutico. A combinação da psicoterapia e da medicação produz bons resultados num espaço curto de tempo, trazendo alívio entre 70 a 90% para as pessoas.

É importante observar que esse tipo de transtorno deve ser encarado com seriedade e não considerado como exagero da pessoa que relata passar por isso. Por seriedade, consideramos que a pessoa deva ser submetida a tratamento adequado, por muitas vezes ser medicada.



Saúde é patrimônio adquirido .


Procure sempre assistência médica e/ou psicólogica.

6 de mai. de 2010

STRESS : conhecer para enfrentar

                        

          O mundo moderno contribui para que o stress esteja mais presente em nossas vidas. Este fenômeno que atinge todas as pessoas, independente de sua posição social, idade ou sexo, nada mais é do que uma reação neuro-hormonal, através da qual o cérebro libera hormônios de defesa para o corpo agredido. Esta reação ocorre mediante situações adversas, que nos surpreendem de forma positiva ou negativa.


Compreender o estresse é fácil , difícil de combater se não tivermos um bom escudo que nos proteja desse inimigo oculto, disfarçado, sorrateiro e agressivo, que gera muitas doenças.

O estresse não escolhe idade, sexo, etnia, religião, gênero, ele não atende a uma regra de catalogação, basta estar vivo, levando-se em consideração que os  animais também  estão sujeitos a crises de stress.

Os motivos que desencadeiam o Stress , são conhecidos, a todo tempo artigos são publicados, revistas usam e abusam dele como pauta. Mas porque  um inimigo tão conhecido ainda é o vilão da vez???

Assim, esquecemos dos mandamentos simples da boa qualidade de vida.  Nos deixamos a deriva do cotidiano exigente, que cobra  tudo com uma pressa estonteante, com uma eficiência perspicaz, com uma adequação elegante, como se tudo tivesse somente uma oportunidade,  desta forma , não importa a manifestação da exigência, seja inconsciente, silenciosa ou direta, ela aatropela as sensações, a intuição e nos faz esquecer por instantes  de algo vital, o AFETO.
As pessoas se perdem delas mesmas, absorvidas pelas obrigações diárias. O trabalho excessivo; horários exigidos; trânsito intenso; desprazer no que se faz; solidão; violência; problemas financeiros; poluição; local agitado, com muito barulho; má alimentação; desafios; necessidades não satisfeitas; vida sob pressão, aliados aos acontecimentos naturais do cotidiano, como fatalidades; discussão familiar; grandes emoções; novas situações e outros fatores que alteram nossa rotina, podem abalar o equilíbrio emocional, surgindo daí, o tão conhecido STRESSE

Dois pontos anti-estresse são fundamentais e imperiosos:

CONHECE-LO E SABER ADMINISTRA-LO

É importante enfatizar que não se deve confundir estafa – um cansaço corpóreo que desaparece após o repouso, com o stress, que é um esgotamento físico e/ou emocional, provocado por causas persistentes que pressionam o indivíduo a viver uma situação indesejada.

Podemos dividir o stress em três estágios: o inicial, o intermediário e o crítico.

A fase inicial ocorre quando um acontecimento, bom ou ruim, surpreende-nos. Automaticamente, neste instante, nosso organismo se prepara para enfrentá-lo . Se for um episódio passageiro, ele logo se recupera e volta ao normal. Do contrário, se este estado de opressão permanecer, o corpo criará resistência para entrar num verdadeiro campo de combate e, neste ponto, já se pode considerá-lo doente. É a viva expressão do estágio intermediário do stress. Ocorrendo continuidade no processo opressor, o indivíduo estressado alcançará o seu estágio crítico, no qual a perda de energia é muito grande e o sistema emocional também fica comprometido. Se, nesta fase, a causa do stress não for prontamente eliminada, as chances de uma doença grave surgir são grandes, como, por exemplo, o infarto.

Conhecendo o stress e sabendo que é impossível eliminá-lo, pode-se mantê-lo sob controle, evitando, pelo menos, o estágio agudo do que se convencionou denominar "mal do século".

Muito se fala sobre qualidade de vida, mas poucos se conscientizam dela, por acreditarem nas próprias ilusões tecidas pela vaidade, ou porque houve privação quanto ao verdadeiro sentido da dignidade humana.

Enfim, se ao acordar seu primeiro pensamento é: tenho que me levantar para enfrentar mais um dia; não espere para tomar a decisão de transformar a sua vida.

Alguns sintomas e doenças que o stress pode causar

Cansaço após repouso, dificuldade de raciocínio, irritação por motivos insignificantes, não conseguir dormir ou dormir demais, sentir-se sobrecarregado, não ver saída para os problemas, queda de cabelos, desmotivação para alcançar objetivos, baixa auto-estima, alteração de peso, gripes constantes, dores de cabeça, impotência sexual, hipertensão, disfunções gástricas, depressão, etc.

Como administrar o stress de forma decisiva e eficaz

a) Lazer – inclua-o na sua rotina. Esta é uma poderosa arma contra o stress. Reserve para si períodos isentos de problemas, compromissos, horários ou deveres. Tenha o seu momento de liberdade, faça exclusivamente o que lhe dá prazer, isto é essencial para a saúde física e mental;

b) Relaxamento – use técnicas de relaxamento, ouça músicas suaves, entregue-se a devaneios, vá ao teatro, leia um livro, assista a um bom filme, passeie por lugares calmos e agradáveis, desfrute a natureza, reencontre-se para resgatar o seu equilíbrio e bem-estar;

c) Exercícios físicos – movimente seu corpo, dance, ande de bicicleta, faça ginástica, pratique esporte ou simplesmente caminhe. O exercício lhe dará maior disposição;

d) Alimentação – antes de mais nada, alimente-se com prazer, de forma moderada e equilibrada no que se refere à escolha dos alimentos, mantenha o seu peso ideal. Vale lembrar que álcool em excesso e o fumo fazem mal à saúde;

e) De bem com a vida – ame a vida, tente entender e resolver, com tranqüilidade, os problemas inevitáveis, não sofra por antecipação, respeite seus limites, delegue tarefas, seja mais tolerante, desperte e desenvolva sua auto-estima, almeje realizar seus sonhos, promova um encontro afetivo, aprimore seu convívio social, não lamente o que já passou, viva o dia de hoje;

f) Socorro – ao se sentir infeliz, incapaz ou doente, peça ajuda a um amigo, consulte um médico, procure orientação psicológica , não deixe chegar a exaustão, que é o mais alto nível de stress;

g) Espiritualidade – não devemos esquecer que somos corpo, mente e espírito, a harmonia deste conjunto é imprescendível para darmos sentido à vida e buscarmos a satisfação pessoal. A espiritualidade é a base da expressão e da criatividade, do encontro interior e do desenvolvimento humano. A condição de ser e estar além dos sentidos prepara e alicerça o indivíduo para uma vida saudável e feliz.

14 de jan. de 2010

Ficar triste não é doença : Tristeza x Depressão

Ficar triste não é doença






            Parece injusto dizer a quem sofre que isso vai passar logo ou que a dor é pequena se comparada a outros sofrimentos do mundo.
           Mas é que a sociedade atual esta fazendo - num simples comentário ou com o aumento do consumo de antidepressivos.
           Uma revisão médica sobre essa conduta de tratamento, está tentando provar que negar a tristeza não faz ninguém mais feliz.
            A tristeza é tão necessária quanto o amor e o prazer para nos guiar na vida.







A Perda da Tristeza: como a psiquiatria transformou um sofrimento normal em distúrbio depressivo
The loss of Sadness: How Psychiatry Transformed Normal Sorrow into Depressive Disorder :
Ed. Oxford University Press
Autores: Allan V. Horwitz e Jerome C. Wakefield



           Os autores acusam a psiquiatria contemporânea de confundir o sentimento normal de tristeza do ser humano com distúrbios depressivos porque ignora a relação dos sintomas com o contexto no qual emergem. Um de seus alvos é a bíblia dos médicos para o diagnóstico de depressão, o Manual de diagnósticos para distúrbios mentais (DSM), da Associação de psiquiatria americana, que classificam de equivocado e defasado.



           Há pessoas que estão normalmente tristes e outras que sofrem de depressão. Mas para Horwits e Wakefield, as que vivem momentos de tristeza são, de maneira crescente diagnosticadas como depressivas. Uma confusão com conseqüências para psiquiatras e seus pacientes, mas também para a sociedade.



         O Dr Jerome Wakefield diz que a tristeza perdeu direito de existir. “Necessitamos da tristeza assim como da felicidade. Da dor e do prazer para guiarmos na vida e sabermos o que é bom e nocivo”.

 

Exigência de Sucesso



               Proibir a tristeza provocada por uma ruptura amorosa, pela perda de alguém próximo, por uma decepção pessoal ou por um problema Professional é banir um sentimento normal, que deve ser vivido, inclusive para que possa ser superado.
               Para Allan Horwitz, duas tendências sociais colaboram para que atingíssemos esse estágio. A primeira é a imperativa busca pelo sucesso em todas as áreas da vida, forçando as expectativas de performance individual. A segunda é a crescente intolerância com sentimentos tristes, fazendo com que pessoas esperem ser felizes o tempo todo. Isso contribui para o forte desejo pela procura de remédios antidepressivos para aliviar o sofrimento, não importa o quanto normal ele possa ser.



Psiquiatria cosmética




               Ao mesmo tempo em que dispara o número de gente que faz uso de antidepressivos, decresce o de pacientes em psicoterapia. A chamada psiquiatria cosmética dos medicamentos, porém tem sido questionada. A Organização Mundial da Saúde projeta que até 2020, a depressão se tornará segunda doença causadora de incapacidades, atrás apenas dos problemas cardíacos. A OMS acredita que somente 10% da população sofra com depressão profunda.
               A dor faz parte da emotividade humana e a tristeza não é necessariamente uma doença. Distúrbios depressivos, esses, sim, devem ser tratados diferentemente de estados tristeza gerados por um contexto especifico. Na antiguidade greco romana, médicos como Hipócrates (460-377 a.C) e Aristóteles (348-322 a. C.) já faziam a distinção entre "distúrbios da tristeza sem causa" e "tristeza normal com causa".
                O escritor francês Victor Hugo (1802-1885) definiu melancolia como “a felicidade do estar triste". Em 1958 o médico L.E. Burney já alertava que os "problemas do cotidiano" não podem ser tratados com uma pílula.
Contribuição
Fernando  Eichenberg, Paris



Tristeza X Depressão : questionamentos

Vamos abrir o Ciclo Diálogos de 2010




Tristeza X Depressão : questionamentos

é fundamental  refletir e se informar  sobre esse tema tão constante no dia a dia.
 Tristeza ou Depressão , uma doença ou uma fase natural da vida ?? Quem sofre?? Como sofre, o que sente? O que não realiza???
 Crianças, adolescentes adultos e idosos , ninguém esta imune a esse  sentimento.
Quem nunca se sentiu triste, quem não conhece ou já ouviu falar sobre alguém que esta com depressão.



Estar triste, ser triste, sofrer de depressão, estar deprimido.
Diferenças importantes na hora do tratamento.
Sair do fundo do poço, ter felicidade, sofrimentos com causas, sofrimentos incompreendidos,  desejos ocultos, angústias, dores pelo corpo, dores da alma,  incompreensão familiar e social , desespero, cansaço.


Vamos dialogar sobre esse tema.

Sem medo de falar, sem tabus, vamos caminhar em busca de uma reflexão profunda que visa gerar qualidade de vida. Quais são os tratamentos, medicamentosos e psicoterapicos em busca de dias mais felizes..

Abraços
Elaine Palma